Reposição hormonal ajuda a combater ondas de calor, irritabilidade e diminuição da libido
Não há como negar: a menopausa é uma fase temida pela maioria das mulheres. Embora a ciência tenha avançado muito na descoberta de medicamentos que minimizam os sintomas, enfrentar os tais fogachos – ondas de calor, a irritabilidade e a diminuição da libido, entre outros tantos sinais desagradáveis, provoca insegurança no universo feminino.
Na menopausa, os ovários produzem menor quantidade de estrogênio e de progesterona, redução que pode causar problemas como o aparecimento da osteoporose, gordurinhas na cintura, além de perda de brilho da pele e dos cabelos. “Por uma alteração que ocorre no hipotálamo, aparecem as ondas de calor e a secura vaginal. Já a diminuição dos hormônios dopamina e serotonina pode contribuir para o aparecimento de quadros de depressão”, explica a endocrinologista da Clínica ADS, Mariana Torres.
Essas alterações hormonais ocorrem por volta dos 50 anos, mas podem aparecer antes do 40, embora seja mais comum entre os 45 e os 55 anos de idade. “A idade de início da menopausa é muito variável. Inicialmente, a mulher apresenta irregularidade menstrual e posteriormente cessação da menstruação”, informa.
Antigamente, não havia grande preocupação com esta fase da vida, mas com o aumento da longevidade, as mulheres podem viver muitos anos após a menopausa, tendo que se manterem ativas. “O aumento de quantidade de anos vividos pode ser avaliado negativamente se a pessoa não tiver qualidade de vida. Por isso, é importante diminuir as alterações hormonais na menopausa”, sugere a endocrinologista.
Para isso, a Medicina dispõe da Terapia de Hormonal da Menopausa (THM), indicada para atenuar sintomas vasomotores, tais como ondas de calor, irritabilidade e mudanças de humor, e/ou genitais, como redução da lubrificação e/ou atrofia genital. “A terapia só pode ser feita se a paciente não apresentar nenhuma contra-indicação ao tratamento. Mulheres com história de câncer estrógeno dependente ou trombose prévia não devem fazer a reposição, mesmo na presença dos sintomas”, ressalta Mariana Torres. O acompanhamento médico deve ser feito regularmente tanto por endocrinologista quanto por ginecologista.
Adolescência tardia – A Relações Públicas Eneida Moreira (nome fictício) conhece bem esse processo. “Estou com 52 anos, mas há pelo menos três, iniciaram-se esses sintomas das ondas de calor, palpitações, mau humor repentino e um pouco de depressão”, conta ela, que ainda menstrua, de forma irregular.
Segundo Eneida, as alterações metabólicas causam transtornos sociais, inclusive na sua relação com os filhos. “É como uma puberdade tardia: de repente, surge uma vontade de chorar e fico impaciente de uma hora para outra”, afirma ela, que teve que conversar com os filhos adolescentes para que entendessem melhor as mudanças pelas quais a mãe está passando. “Peço para terem paciência comigo, já que eu também já tive muita com eles”, brinca.
De acordo com a endocrinologista Mariana Torres, a terapia hormonal deve ser associada à uma boa qualidade de vida. “Orientamos às mulheres nesta fase da vida a adotarem um estilo de vida mais saudável, sem tabagismo. O ideal é manter uma alimentação adequada, rica em cálcio e pobre em gorduras, e atividade física regular”, indica.
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